• Entenda diferença entre nutrição enteral e parenteral.
A desnutrição hospitalar é uma realidade em todo o mundo, sendo que de 20% a 50% dos pacientes hospitalizados sofrem de algum grau de comprometimento do estado nutricional, segundo a Sociedade Brasileira de Nutrição Parental e Enteral¹. Para combater o problema, é necessário que uma intervenção nutricional seja iniciada de maneira oportuna e que, medidas mais invasivas em nutrição sejam bem indicadas. Para tanto, é fundamental que profissionais da saúde reconheçam os benefícios e as diferenças entre nutrição enteral e parenteral.
Segundo um estudo conduzido com mais de 9 mil maiores de 18 anos em toda a América Latina, a desnutrição alcança pouco mais de 50% dos pacientes hospitalizados na região². Nesse grupo, cerca de 11% foram enquadrados dentro de um estado grave de desnutrição. Ainda de acordo com esse estudo, grande parte dos quadros de desnutrição está correlacionado à idade (atingindo mais pacientes com mais de 60 anos) presença de quadros de câncer ou infecção ou ainda com longos períodos de hospitalização.
Um dos efeitos da desnutrição é a perda de massa magra, que eleva o risco de infecção, diminui a cicatrização e aumenta o risco de mortalidade. Para evitar esse quadro, normalizar a síntese proteica, atingir o equilíbrio nitrogenado e, enfim, recuperar o estado nutricional do paciente, as equipes multidisciplinares recorrem à terapia nutricional.
Contudo, é importante ressaltar que para obter os resultados desejados, é essencial reconhecer as necessidades de cada paciente, as complexidades que levaram à internação e a evolução de cada quadro a fim de fazer a prescrição mais adequada entre nutrição enteral e parenteral. Isso porque, como veremos a seguir, há diferenças entre elas.
Conheça as diferenças entre nutrição enteral e parenteral
A principal diferença entre alimentação enteral e parenteral está na via de alimentação. Enquanto a primeira é administrada via nasal ou oral ou ainda diretamente no órgão como no caso das estomias, a segunda possui administração venosa.
Embora ambas tenham por objetivo prevenir ou tratar as complicações da desnutrição, a nutrição enteral é composta por nutrientes que necessitam passar pelos processos de digestão e absorção para serem utilizados pelo organismo. Já a nutrição parenteral contém nutrientes prontos para serem utilizados.
Veja outras características:
Nutrição enteral
A nutrição enteral ou alimentação por sonda é uma alternativa terapêutica para alimentar pessoas que não podem e/ou não conseguem se alimentar pela boca em quantidade suficiente para uma determinada condição clínica. É administrada ao paciente por meio de uma sonda fina que leva a dieta líquida diretamente para o estômago ou intestino ou ainda através de abertura artificial criada entre órgãos internos e meio externo denominadas estomias (ou ostomias)3.
A sonda pode ser posicionada via nasal (no nariz) ou oral (na boca), ou ainda implantada através de procedimento cirúrgico ou de imagem, realizado pelo médico, no estômago, duodeno ou jejuno (estomia).
Nutrição parenteral
Já a nutrição parenteral ou alimentação intravenosa é utilizada quando o trato digestivo não consegue absorver adequadamente os nutrientes, tal como ocorre em distúrbios graves de má absorção. Ela também é utilizada quando o trato digestivo e intestinal se apresenta disfuncional, por exemplo, durante determinadas fases da colite ulcerativa 4.
Para administrar a dieta parenteral é preciso que o paciente esteja com a circulação sanguínea normalizada. A nutrição parenteral geralmente, não deve ser primeira escolha para o suporte nutricional quando o trato digestivo está funcionando, conforme preconiza a American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) e outras entidades internacionais e nacionais5.
Essa dieta deve ser utilizada para fornecer ou preencher a lacuna calórica em casos em que a nutrição enteral seja inviável ou insuficiente para a saúde do paciente.
Ainda, é possível que as vias de alimentação enteral e parenteral se complementem. Por exemplo, com o uso de nutrição parenteral somada à alimentação enteral mínima ou nutrição enteral mais nutrição parenteral suplementar.
A terapia nutricional e o tipo de administração devem ser prescritos por uma equipe multiprofissional de acordo com critérios como quadro clínico, idade, riscos de complicações e tempo previsto para a terapia. Cabe aos profissionais de saúde avaliarem a melhor opção para cada paciente e em determinado momento.
Produtos da Fresenius Kabi para nutrição parenteral e enteral
Dentro da nutrição clínica, a Fresenius Kabi é uma das poucas empresas em todo o mundo que oferece nutrição parenteral (administrada por via intravenosa) e nutrição enteral (administrada como via oral ou por sonda pelo trato gastrointestinal), bem como bombas para nutrição enteral e descartáveis para infusão.
Tanto a nutrição parenteral quanto a enteral servem para ajudar os pacientes que não conseguem obter os nutrientes necessários para a nutrição adequada e sobrevivência por via convencional (alimentação oral). Esse é especialmente o caso dos pacientes em unidades de terapia intensiva, pacientes gravemente doentes e sofrendo de desnutrição. Quando o paciente sai do hospital, os serviços do programa Kabi em Casa podem cuidar do paciente e fornecer-lhe as soluções necessárias.
A Fresenius Kabi é uma empresa de assistência médica global especializada em medicamentos capazes de salvar vidas e tecnologias para infusão, transfusão e nutrição clínica.
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Referências:
- Toledo, O. D. et al. Campanha “Diga Não à Desnutrição”: 11 passos importantes para combater a desnutrição hospitalar. BRASPEN J 2018. Disponível em: 15-Campanha-diga-nao-aadesnutricao.pdf (braspen.org)
- Correia, M. I. T.D. Campos, A. C. L. Prevalence of hospital malnutrition in Latin America: The multicenter ELAN study Nutrition, Volume 19, Issue 10, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0899-9007(03)00168-0.
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada em Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Guia de atenção à saúde da pessoa com estomia / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Especializada em Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
- Bischoff, S. C., Escher, J., Hébuterne, X., Kłęk, S., Krznaric, Z., Schneider, S., ... & Forbes, A. (2020). ESPEN practical guideline: Clinical Nutrition in inflammatory bowel disease. Clinical Nutrition, 39(3), 632-653. ASPEN. Parenteral Nutrition Resources. Disponível em: ASPEN | Parenteral Nutrition Resources (nutritioncare.org)
Publicado em 22 de Novembro de 2022.
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