• Veja 8 práticas para melhorar a gestão de insumos hospitalares.
No setor de saúde, a cadeia de suprimentos pode ser definida como um sistema complexo que requer o fluxo de produtos e serviços para satisfazer as necessidades de quem atende os pacientes1.
Dentro dos hospitais, o departamento responsável pela gestão eficiente dos insumos é muitas vezes conhecido como gestão de materiais1.
A gestão eficiente de materiais médico-hospitalares necessita que os profissionais envolvidos nos processos de compra, estocagem e distribuição desses materiais sejam capacitados visando evitar o desabastecimento ou desperdício2, uma vez que uma falha na distribuição dos materiais e medicamentos pode acarretar um desastre irreparável, tanto para os pacientes como para o hospital3.
O papel da gestão de estoque hospitalar
As funções do gerenciamento de materiais, que tem como objetivo fornecer atendimento de alta qualidade a custo reduzido1, incluem:
- Aquisição
- Distribuição
- Compras
- Controle de estoque
No passado, os prestadores de serviços de saúde geralmente se concentravam em fornecer alta qualidade de atendimento, independentemente do custo. No entanto, com o aumento do custo dos materiais e a intensa competição entre os prestadores de serviços de saúde, o papel do gerenciamento de materiais ganhou grande importância para hospitais e prestadores de serviços de saúde1.
Isso porque estima-se que 35% a 45% do orçamento total do hospital é associado à administração de materiais, sendo a gestão de estoque um processo importante para o alcance da gestão estratégica voltada para a otimização de custos em saúde2.
Além disso, atualmente, gerentes de saúde e especialistas do setor entendem que o gerenciamento eficiente de materiais pode não apenas reduzir o custo operacional, mas também aumentar a qualidade do cuidado1.
Como melhorar a gestão de estoque nos hospitais?
É importante que haja melhora no desempenho das boas práticas em cinco áreas de gerenciamento de suprimentos: demanda, pedidos, fornecedores, logística e estoque1. Algumas práticas podem ser adotadas para gestão eficiente de insumos hospitalares. São elas:
- Realizar treinamento e educação para conhecimento dos princípios de gestão da cadeia de suprimentos, tais como: comunicação interna, sistemas de informação e sistemas de medição;
- Utilizar softwares (tecnologia da informação) para controle de estoque, auxiliando cálculos precisos de pontos de reabastecimento e quantidades com base na previsão de demanda e níveis de estoque de segurança (ou estoque mínimo);
- Aumentar os giros de estoque, para manter menos estoque e investir menos capital em determinado momento;
- Elevar o processo automatizado de pedidos, usando meios eletrônicos;
- Cumprir os contratos de compras em grupos para obter economia de custos;
- Padronizar produtos para reduzir o número de contratos e transações e, consequentemente, custos;
- Compartilhar informações relacionadas ao estoque com fornecedores para um melhor planejamento e acompanhamento de abastecimento. As informações devem incluir: dados de vendas, pedidos pendentes e estoque disponível; também deve ser preciso e acessível em tempo hábil;
- Envolver médicos e outros fornecedores no processo de seleção de produtos por meio de colaboração e comunicação entre as partes envolvidas.
A logística de insumos é fundamental para os processos de gestão de qualquer empresa, independente do segmento. Nos serviços de saúde, a satisfação do usuário é primordial. Em um cenário em que a rapidez e a eficiência na comunicação para aquisição, estoque e distribuição de materiais e medicamentos estão ligadas às condições de saúde, possuir uma gestão eficiente é parte indispensável dentro do planejamento estratégico de qualquer unidade de saúde, independentemente do porte ou complexidade de atendimento2.
Referências:
1. Callender, C., & Grasman, S. E. (2010). Barriers and best practices for material management in the healthcare sector. Engineering Management Journal, 22(4), 11-19.
2. Duarte, G. D., Gutierrez, B. A. O., Vieira, R. A., Pereira, T. M., & da Silva, T. B. L. (2020). Desafio na gestão hospitalar: diferenças entre o planejamento de consumo e o consumo efetivo de medicamentos. Revista de Administração em Saúde, 20(81).
3. Oliveira, T. S., & Musetti, M. A. (2014). Revisão compreensiva de logística hospitalar: conceitos e atividades. Revista de Gestão em Sistemas de Saúde, 3(1), 01-13.
Publicado em 17 de Janeiro de 2023
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